Capítulo 15 – Desejos Opostos

Os meus primeiros passos na carreira de cantora não foram lá muito “gloriosos” como eu pensava. Sair por ai distribuindo telegramas cantados para todo mundo era – no mínimo – patético, mas era meu trabalho, e até eu alcança o estrelato teria de começar por baixo – mesmo que tivesse de entregar telegramas pro meu irmão, que fez questão de tirar um sarro imenso com a minha cara.

Como vingança, comecei um “show particular” no Corpo de Bombeiros, que fez o lugar aquecer bastante! – Tá. Não tanto.

Enquanto eu batalhava pelo meu sonho, minha mãe deu uma de Maria, a Louca, e começou a andar por ai com uma roupa... Digamos que... Ridícula. E para completar, adotou um pulguento para nossa casa: o Pantufa. 

Estava chegando em casa quando avistei o Malcom jogando vídeo-game na sala. Ele riu e perguntou que roupa era aquela.

De pé mesmo expliquei, e ele pediu para que eu sentasse ao seu lado. 

- Alícia... Você está bem na carreira... Eu também... Estamos casados a um tempo... O que acha de...

- De? - Perguntei para que ele completasse.

- Bebês!

Olhei para o Malcom com uma cara de: “Tá achando mesmo que vou engravidar agora né?”. 

Antes que eu pudesse fazer milhões de voltas para responder ao Malcom, o Pantufa começou a latir em meus pés.

- Olha só, amor! Temos o Pantufa por enquanto...

E antes que o Malcom pudesse falar qualquer coisa, comecei a conversar com o cachorro coisas do tipo: “Fofuxo! Tloço lindo!”

E quando o Malcom saiu da sala furioso comigo, o Pantufa começou a latir para mim como se estivesse me repreendendo.

- Que tal um pedacinho de carne, pulguento?

E ele parou de latir.

Chantagem, a gente vê por aqui!